quinta-feira, março 01, 2007

A Verdade e a capa


Lá vem eu de novo. Depois de tanto tempo fora de ar, retorno com um pouco mais de mim. Venho novamente decepcionar minhas expectativas de expor temas relevantes para todos, como o título do blog já sinaliza. No momento em que me encontro, só posso falar de mim mesmo.

Deus tem me dado coragem, apesar da minha relutância. Prefiro o medo. Não sei porque isso acontece. Quando abro as Escrituras vejo tanta coisa que Deus me oferece, porém, continuo confiando nas minhas forças. Incrível!

Minha capacidade de tentar prever a reação dos outros revela dia-a-dia minha fraqueza. Meu desejo de agradar todo mundo. Minha vontade de ser bem aceito supera minha integridade. Meu egoísmo me faz querer manter algumas pessoas ao meu lado, sem deixar de excluir tantas outras.

Eis que surge o meu lamento: "o mal que não quero, esse pratico"[1]. Porém, insisto em manter-me aquecido com minha capa hipócrita da boa aparência. Sou patético, confesso. No entanto, sou convidado a desmascarar minha mediocridade.

Esse convite é reforçado quando aproximamos de Cristo, o Logos, a Verdade que virou carne. Essa Verdade é libertadora, foi assim que o próprio Jesus afirmou. A incoerência se instala quando falamos da Verdade mesmo quando essa não nos liberta. Sendo assim, nosso discurso se torna vazio e distante da nossa realidade. Nos alienamos. E a capa continua, nos aquecendo e confortando.

Quero ser "desencapado", mesmo que isso atinja minha imagem. Atualmente, nem tenho ligado tanto pra ela assim. Sabe por que? Porque reconheço que apesar de ser imagem e semelhança de Deus, sou essa imagem distorcida e danificada pelo pecado. Isso significa que capa alguma é capaz de disfarçar essa realidade. Minha segurança diante meu disfarce é enganoso e aparente.

Em meio a tudo isso, agradeço a Deus por sua Graça, por ele me oferecer aquilo que não mereço, por não me dar a condenação que me era por direito. Sua misericordia me motiva a ser grato. Meu desejo de mudança surge então num desejo de retribuir ao Pai àquilo que Ele já fez por mim.

Meu pessimismo não me desanima. Muito pelo contrário. Vou nesse caminho da vida lamentando minha fraquezas sem me esquecer naquele que me fortelece. Portanto, posso dizer que a Graça de Cristo me basta e, que sua Verdade, me direciona a livrar dos meus medos, rumo ao conhecimento de Deus e de mim mesmo.

[1] Romanos 7

6 comentários:

lucas rolim disse...

idem
:)

Rafael Pinheiro disse...

Olá. obrigado pela visita ao meu blog. também sou cristão e gostei muito de seu posicionamento em seu blog. vou lê-lo com mais calma. abração. Rafael.

Alberto Vieira disse...

ola Gustavo...

tenho medo de ser um sepulcro caiado. Uma capa de super-homem, vestida num verme...

Que Deus revele a nossa natureza pecaminosa pra que nos possa ser revelada sua gloriosa naturureza.


abraços e boas férias!

Renato Luiz disse...

Falou tudo!
Que o Senhor nos instrua no caminho da santidade!
Grande abraço...

Lais disse...

Jesus não veio para chamar os justos mas sim os pecadores!

Um dos mais importantes passos para o arrependimento é admitir nossas imperfeições para aprendemos quem realmente somos e quão tamanha é a Graça!
porem a sociedade atual prega o esteriotipo do super-homem,o q faz com q tenhamos medo de nos expor e admitir q erramos.

Gostei mto do seu blog!

Ass: Lais(ABU-Viçosa)

Ro disse...

"Deus tem me dado coragem, apesar da minha relutância. Prefiro o medo."

Gostei da coragem!
Li hj que medo é medo de outros seres e angústia é angústia diante de mim mesmo. achei interessante, e viva a graça! :P

abracao amigao