quinta-feira, dezembro 28, 2006

Novidades diferentes


Se escrevia apenas em papéis!
Com penas, lápis, canetas...
E hoje? Máquinas!

Datilografia: palavra antiga, obsoleta.
Carta: só se for por e-mail.
Telegrama: que?

(...)

Ctrl C + Ctrl V...

Parece que sempre foi assim.

Como acostumamos fácil com as mudanças! Como nos adaptamos bem às novidades. Falando nisso, uma novidade deixa de ser tal em questão de minutos.
Daqui um tempo, de segundos.

Esquecemos daqueles que não conhecem essas "novidades".
Não sabem o que é ctrl, nem alt, nem del.
Nunca ouviram falar em caps look.
Nem imaginam o que é um "pen drive".

Novidade com poucas oportunidades.
Privilégios limitados.
Eis a campanha: celular pra todos,
nem que a maioria tenha dinheiro
apenas para os 3 segundos!

Eu queria
(Desligo)
perguntar a você
(Desligo)
que INCLUSÃO é essa, pow!
(você falou 0,04 segundos. Você gastou R$ 0,99 centavos).

Novidades tecnológicas,
não és tú a culpada.
És vítima também
fostes usada para o bem comum do capital,
para alegria dos que podem,
e para o desejo de quem nada tem.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Por um ano sem epitáfios


“Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer”
(Epitáfio - Música dos Titãs)


O ano de 2006 acabou. Não adianta mais sentir remorso, nem ficar imaginando o que poderia ter sido melhor. Fim de ano é momento de reflexão: meditar no que foi, orar pelo que será e planejar o que tem que ser. O incômodo do que não aconteceu tem que gerar novas expectativas, novos rumos. A simples lembrança ou a indiferença do passado recente não produz nada além do continuísmo.

Essa música dos Titãs é muito interessante. Dificilmente alguém não se identifica com esse poeta ao evocar seus “devia ter”. É difícil, mas temos que reconhecer que realmente, devíamos ter amado mais, arriscado mais... Mas há um ponto nessa canção que precisa ser ressaltado: o título. Epitáfio, segundo a enciclopédia virtual wikipédia, significa “frases escritas sobre túmulos , mausoléus e campas cemiteriais para homenagear pessoas ali sepultadas, tradicionalmente, escrita em versos”.

Fazer de nossas reflexões uma placa de decoração da nossa tumba é inútil. A análise de nós mesmos tem que ser feita enquanto é tempo. Contudo, essa meditação é muito bonita quando cantada, mas um exercício difícil na vida real. Olhar pra trás nem é tão difícil, o desafio maior é fazer dessas críticas motor para uma vida nova.

Vou mais além: sem o auxílio de Deus, nossa reflexão tende ao vazio. A partir do momento que realmente Cristo faz parte da nossa vida, de forma completa, por conseqüência, nossos pensamentos são paltados sob as Escrituras, pois cremos ser esta a Palavra de Deus, ou seja, esta contém o que precisamos para desenvolver nossa pessoalidade e espiritualidade. E mais: passamos a crer que a nossa vida está no controle do Pai. Isso implica que uma mente que pensa e num coração que pulsa uma expectativa de dias melhores.

Diante disso, desejo a todos meus amigos(as) leitores(as) um ano de melhoras. Não vou desejar dinheiro, momentos felizes ou coisas do tipo. Desejo sim, que possamos enfrentar de frente todas as dificuldades que nos esperam. Espero que todos nós encaremos o sofrimento como parte da nossa existência, não de forma desesperada, muito menos masoquista. Mas sim, buscando aprender com os nossos tropeços. A alegria que peço, é a alegria de Cristo. E esta, é perene, até mesmo nas dificuldades.

Um abraço especial a todos vocês que no decorrer deste ano que passou leram minhas postagens.

Teologia e cotidiano

Pensei em escrever algo sobre o natal. Tentei, mas não saiu nada que presta. Comecei a pensar em outra coisa. Até que lembrei de algo bastante curioso. Recordei-me de um dia que estava vendo um programa de entrevistas no Globo News. O entrevistado era um renomado jornalista, o Zeca Camargo. Ele estava fazendo um balanço sobre suas viagens pelo mundo.

Na verdade, sua entrevista era para divulgação do seu livro. Entrevista vai, resposta vem, e algo me chamou a atenção. A repórter comentou sobre sua apatia com a religião. Zeca concordou. A jornalista então, fez uma pergunta brilhante: qual era sua relação com o ateísmo após ver tantas manifestações religiosas nos cincos continentes?

Antes, uma pausa. O que um ateu “sensato” responderia numa situação dessas? Tenho um palpite. Um descrente responderia que ficou impressionado com a minoridade e superstição presente em todas as culturas por ele visitadas. Entretanto, nosso querido apresentador do fantástico respondeu o aposto.

Mais uma pausa. Teria o cristianismo uma explicação à resposta do Zeca Camargo? Será que sua mudança de postura foi um simples convencimento intelectual? Pois bem, Zeca Camargo disse que após ver tanta expressão de religiosidade em todas as culturas, teria que haver um denominador comum sobre tudo aquilo. Ou seja, o jornalista ex-ateu reconheceu: “tem que haver uma entidade superior que, de alguma forma, motiva essa sede do ser humano em desvendar esse sublime”.

De fato, o cristianismo tem uma explicação coerente para o fenômeno da mudança de mente do jornalista global. Todos sabemos que Deus se revelou à humanidade de forma pessoal, através dos patriarcas - Abraão, Isaque, Jacó... - e dos profetas. Para que isso se eternizasse, essa revelação foi inspirada nas letras, que hoje chamamos de Bíblia (Revelação Especial).

Entretanto, Deus se revelou de forma completa na pessoa de Cristo, o Logos encarnado: a Palavra vida. Sobretudo, existe outra forma de revelação divina, que os teólogos denominam de Revelação Geral. Portanto, Deus não se revelou apenas de forma objetiva nas Escrituras e em Cristo, mas também através da sua criação, incluindo, a humanidade.

Apesar de a humanidade carregar a mancha do pecado, não deixamos de ser “imagem e semelhança de Deus”. Apesar de essa imagem estar distorcida pelo pecado original, pela Graça de Deus, essa imagem apesar de desfocada, continua ser a imagem de Deus. Portanto, segundo o teólogo Vicent Cheung, “o conhecimento de Deus pelo homem é só possível porque Deus fez o homem a sua imagem, de forma que há um ponto de contato entre os dois, a despeito da transcendência de Deus” (CHEUNG, Vicent, Teologia Sistemática).

Por isso Zeca Camargo reconheceu a Deus, por ter tido um contato de forma concentrada com a humanidade, de forma bastante plural. Obviamente, não siginifica que o Zeca se tornou cristão. Apenas deixou de ser cético como era.

Obs.: obviamente, não me lembro das palavras usadas pelo Zeca Camargo na entrevista. Mas é mais ou menos isso que coloquei (rs).

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Arte - História - Ciência


Como um músico compõe uma canção,
Como um poeta expõe seus sentimentos num papel,
Como um artista faz uma argila digna de admiração:
Eu escrevo e faço História.

Faço arte com a ciência,
Imagino sobre os dados empíricos
Especulo sobre as lacunas,
Eu escrevo e faço História.

Dia-a-dia reconcilio duas irmãs separadas,
A senhora arte e a dona ciência.
Esta desprezou aquela,
Aquela achou que não precisava desta.
Por isso continuo
escrevendo
e
fazendo
História.

sábado, dezembro 16, 2006

A Totalidade da Graça

Muito me intriga a dicotomia entre espiritual e secular que os cristãos acreditam. Parece que Cristo é apenas Senhor da nossa espiritualidade, não das nossas atividades, sentimentos e relacionamentos. Quando assim pensamos, enganamos a nós mesmos. Ou Cristo está presente em nossa vida como um todo, ou está ausente. Não existe uma presença parcial ou incompleta.

Aliás, na carta de S. Paulo aos Efésios cap 1:10, mostra que através do sacrifíco de Cristo na Cruz, ele fez congregar Nele, "todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra". Isso significa que todas as coisas estão convergidas em Cristo mediante a redenção. Ora, por que insistimos em compartimentar nossa vida no que é ou não espiritual, sendo que em Cristo está todo o domínio?

Portanto, espiritualidade é conseqüentemente, um caminhar na totalidade da Graça. É compreender que, "quer comamos, quer bebamos, quer façamos qualquer outra coisa, fazemos para glória de Deus" - como disse S. Paulo. Ora, glorificar a Deus não se restringe a cultos e devocionais, mas num caminhar reconhecendo Cristo como Senhor, adorando-o com a vida, fazendo com que Cristo esteja presente em cada parte de nossa vida.

Isso significa que somos livres para o mal? Certamente que não. Dizer que todas as coisas convergem para Cristo não é afirmar que o pecado faz parte desse pacote. Somos pecadores e todas as nossas obras, sejam elas boas ou não, estão manchadas e distorcidas pelo pecado. Porém, é aí que entra a totalidade da Graça. Somos completamente pecadores, mas plenamente redimidos. Portanto, o não espiritual em nossa vida não é o não religioso, mas aquilo que de alguma forma não revela nosso carater de redimidos.

Entretanto, não dá pra dizer ao certo o que em nossa vida secular contradiz a Graça, pois, em suma, tudo deveria convergir. Portanto, o que nega e diverge com nossa redenção, é pecado. Ou seja, pecado não tudo que é secular, porém, tudo que nos impede de vislumbrar a Graça e de ter um maior comunhão com Deus. Isso pode ser relativo de cultura para cultura e de pessoa para pessoa. O que nos resta é conhecer os princípios bíblicos, para que possamos refletir sobre o que fazemos ou pensamos.

Lembremos, como disse C. S. Lewis no livro Cristianismo Puro e Simples, o critianismo não é a religião da abstêmia, mas da moderação e do "tudo é lícito, mas nem tudo convém". Que tenhamos sabedoria para não rejeitar as coisas boas da vida em nome de Cristo, pois muitas destas coisas são saudáveis a nós. O que nos "edifica" não é apenas o que é falado na igreja, mas aquilo que nos completa, tanto no nosso caminhar diário com Deus, quanto no nosso crescimento como seres humanos.

"Porque dele e por Ele, e para ele são todas as coisas".

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Uma triste poesia


A arrogância me desanima.
A intolerância me desatina.
A dúvida perpassa minha mente.
O desgosto surge de repente.

Pergunto, por que tudo isso?
Onde inventaram um Cristo dividido?
Por que tanto exclusivismo?
Pra quê tanto 'excluivismo'?

Diversidade que me desafia.
Unidade que me ilumina
Humildade, esta me inspira.
Amizade, me re-anima.

Um tapa é dado
Um rosto é virado
O amor, quem sabe,
talvez,
um dia,
entre nós cristãos,
novamente,
compartilhado.

obs.: Um sentimento expresso por ler na internet ofessas entre cristãos de diferentes denominações.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Amigos, amigos!

O sorriso de vcs, amigos, me provoca risos!
O choro de cada um umidece meus olhos.
O sucesso todos vcs também me alegra.
É bom ter amigos. É gratificante vê-los crescer.
Melhor ainda é crescer juntos!" (BIANCH, Gustavo)


Música que tem ocupado bastante minha mente:

Canção Da América
Milton Nascimento

Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.









quarta-feira, novembro 29, 2006

O Desafio de ser eu mesmo


O individualismo propagado na nossa sociedade moderna afeta cada um de nós, obviamente, em graus diferentes, porém, relevantes. A impessoalidade faz parte de nossa agenda pessoal. Podemos nos relacionar com todos, embora possamos na mesma proporção ser superficiais. A tecnologia derrubou os limites geográficos, mas não impediu que a frieza e o egoísmo imperasse de forma monumental nas nossas relações. Nunca tivemos tanta opção para nos entrerter, entretanto, ao mesmo tempo, a humanidade parece mais triste, deprimida.

Ou entramos nessa lógica perversa e desumana da impessoalidade ou aceitamos o desafio de ser profundos e verdadeiros. Desafio significa trabalho. Trabalho requer gasto de energia. Energia tem um alto preço (vide o preço do barril de petróleo rsrs). Como assim? Isso mesmo! Estou te dizendo que existe um preço a ser pago pela pessoalidade, para sermos quem somos de verdade. O natural é nos escondermos atrás da imagem que criamos de nós mesmos. Já parou pra pensar que vendemos essa representação nossa para sermos aceitos?

Não estou dizendo que temos que ser um livro aberto para todos. Apenas ressalto a necessidade de refletirmos na imagem que criamos sobre nossa realidade. Não estou escrevendo isso por ser um exemplo, muito pelo contrário, a cada vez que penso sobre isso vejo o quanto as pessoas me conhecem menos. Sou mais carente do que demonstro. Estou sempre querendo a atenção dos meus amigos, mas nem sempre tenho coragem de expressar isso, uma vez que tenho pavor de ser considerado problemático. Ora, sou apenas um neurótico como todos são um pouco - já dizia Sigmund Freud Freud. Portanto, tenho que assumir isso, independente se acho que serei aceito ou não.

Isso se chama alienação: querer ser o que os outros desejam que eu seja. Logo eu que protesto tanto contra a alienação política e social descubro que sou um alienado de mim mesmo. Que difícil conclusão! É um tiro consciente no próprio PÉ. Para ser verdadeiro com os outros preciso, antes de tudo, ser honesto comigo mesmo, para enfim, ir desmanchando a imagem bonitinha que crio de mim, para enfim, ser quem eu realmente sou.

Isso não acontece de um dia para o outro. Requer diálogos pessoais, que inclua um bom gasto de tempo. Perguntar como os outros realmente estão é um grande passo - digo realmente em destaque porque acredito que isso seja muito mais que um simples comprimento. É certamente um bom começo porque assim, abrimos uma oportunidade para que o outro também questione como estamos, para assim, podermos expressar nossa condição.

O desafio está lançado. Todos estão convocados: tímidos ou desinibidos; fortes ou fracos; possuidores de muitos amigos ou não. Que Deus nos instrua nessa caminhada. Que o amor seja nossa grande motivação e o principal combustível para essa importante tarefa.

segunda-feira, novembro 20, 2006

O que é música boa?


O conceito de música boa é bastante subjetivo. Portanto, toda opinião expressa aqui é estritamente relativa ao meu gosto musical - que muitos acham um lixo(rsrs). Longe de mim querer supor um padrão único por algo tão pessoal quanto à sensibilidade musical. Sendo assim, leia-se antes de cada frase minha um grande "NA MINHA OPINIÃO", que será ocultado do texto por motivos estéticos e retóricos(rsrs).

Antes de mais nada, música tem que ter sentimento. O intérprete, sobretudo, tem que procurar externar ao menos alguma coisa daquilo que ele canta. Não digo de gestos mecanizados e ensaiados, porém, de uma expressão vocal relativa à canção. Uma pessoa que fazia isso muito bem, era a Elis Regina. Em algumas canções ela não conseguia conter o riso, tamanha emoção transmitida na música.

Obviamente, para que essa emoção flua, a mensagem da música precisa ser relevante. Tenho uma impressão que em geral as pessoas importam menos com a poesia do que outrora - década de 60, 70 e momentos do 80 -, quando a música brasileira era repleta de conteúdo. As letras do Chico Buarque, por exemplo, estavam ligadas ao contexto que ele vivia. Música pra ele e outros de sua geração era muito mais que poesia bonitinha e vozes afinadas, mas sim uma forma de levar uma mensagem.

A lógica de mercado tendencia a mensagem da música. Nunca se falou de amor com tanta superficialidade! Até mesmo a música cristã se contaminou com essa novidade. Letras curtas, refrãos repetitivos e uma poesia rasa, que fala mais em experiências intimistas com Deus do que um relaciomento profundo que tem a Bíblia como inspiração para as canções.

Música boa é emoção, poesia, mas também técnica. Não adianta dar uma poesia de Vinícius de Morais para MC Serginho que não sairá coisa boa (acho)! Música tem que ter harmonia bela, de preferência com uma gostosa mistura de vários gêneros músicais, como jazz com percussão, samba com guitarras, "berimbal elétrico", "maracatú psicodélico" e assim vai.

Contudo, muitas vezes é difícil reunir todos esse elementos de uma só vez. Um ou outro músico se destaca em um desses e tropeça em outros. Por exemplo, o Legião Urbana tem letras maravilhosas, embora tecnicamente eles sejam fracos - é só lembrar do acústico MTV, que nos tortura com aqueles violões desafinados, mas nos emociona com sua letras belíssimas. Entretanto, os Beatles se destacaram mais pelo som do que pelas letras, que apesar de muitas serem fantásticas, no geral, muitas beiravam o ridículo, como Yellow Submarine e Doctor Robert.

Enfim, emoção, poesia e harmonia são os componentes de uma boa música, apesar de cada desses elementos serem subjetivos. Mais importante que isso, é gostar do que ouve, independente se se enquadram ou não nessa formulinha que montei. Música é arte; arte é gosto; e gosto não se discute - mesmo quando um chato como eu resolve fazê-lo! : )

sábado, novembro 18, 2006

Unidade na Diversidade



A mania de exclusividade é inerente à natureza caída do homem. O entendimento que somos únicos detentores da verdade é decorrente em diversas sociedades, desde as mais tradicionais até as megalópoles atuais. Essa sensação exclusivista acarreta uma série de conseqüencias, uma vez que o possuidor da verdade parte do pressuposto que o outro está obscurecido pela mentira.

Portanto, essa postura de desprezo ao outro revela certamente, um profundo desconhecimento da Verdade. Se cremos que Cristo é o Logos (o verbo de Deus) encarnado[1]; a Verdade viva, temos obrigatoriamente reconhecer o outro, pois, o próprio Cristo ordenou que amassemos nosso próximo como nós mesmos. Temos que levar em conta que quando nos consideramos os únicos portadores da verdade, damos à verdade uma dimensão menor que ela tem. Cristo não está circunscrito nem limitado à nenhum grupo. Se engana quem assim o acha.

Essa arrogância atinge católicos e protestantes. Ambos se acham os tais! Incrível! Os católicos - muitos deles -, se consideram "A Igreja de Cristo". Uma vez ví numa discussão no orkut, um jovem afirmando os católicos fazerem parte da grande barca de Pedro, sendo os protestantes uma pequena lasca que se dissindiu. Temos que ter em mente que existe apenas UM Corpo de Cristo, sendo que Este não é visível ou circunscrito à uma denominação. A Igreja de Cristo é a comunhão daqueles que foram remidos pelo sangue do Cordeiro, independente da igreja.

Os protestantes da mesma forma se acham os únicos membros da grande congregação dos justos. Pensam que as diferenças doutrinárias são suficientes para tocar a essência do evangelho. Ora, não estaria a autenticidade do cristianismo na espiritualidade baseada na Trindade? Não seria Cristo o vínculo da Paz? Obviamente continuamos protestantes. Isso significa que nossas diferenças serão mantidas. No entanto, não podemos desprezar aquilo que nos une, a CRUZ de Cristo.

O que estou ressaltando aqui não é uma plena união denominacional entre evangélicos e católicos, mas sim, uma busca do reconhecimento do outro como parte da comunhão que temos com Cristo. Isso significa que podemos ser benção para ambas partes, pois cremos que existe unidade na diversidade. Que avancemos mais no diálogo e na busca de compreensão mútua. Que o amor entre os cristãos cresça, de forma que o mundo veja a plenitude da Graça sobre nós. Que celebremos nossa diversidade, mas que lamentemos nossas divisões.

[1] João 1:14 => "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."

* Foto: Daniel (Luterano), Renato (Católico) e Gustavo (Presbiteriano)

terça-feira, novembro 14, 2006

Sem inspiração

Estava com muita vontade de voltar a postar. Faz exatamente uma semana que não escrevo nada. Entretanto, essa minha expectativa fica de certa forma insuperada, pois estou sem nenhuma inspiração. É como se não tivesse nada pra compartilhar com ninguém. Como se minha cabeça estivesse vazia ou, talvez ocupada, mas por nada que mereça destaque para ser exposto nesse humilde blog.

Por que ficamos sem inspiração? Por que as quando queremos as palavras não vêm em nossa cabeça?

Me esforço... me esforço e,... nada!

Talvez eu poderia falar sobre música ou sobre cultura, pois, isso também faz parte do tema desse blog, apesar de até hj não ter escrito nada sobre isto. Não o fiz exatamente por falta de inspiração. Imagine se eu fosse um artista plástico? Chega um cara perto de mim e diz: "Quero uma escultura, tem como vc fazer para mim?". Caraca! Na anorexia inspiracional que me encontro no momento, entregaria para o suposto cliente um interrogação gigante de cor azul.

Pra falar a verdade, tenho tido um sonho atualmente. De fato, esse sonho tem ocupado minha mente mais do que eu imaginava. Se eu tivesse lembrado disso antes, poderia até ter colocado esse sonho como tema desse post. Já que minha falta de inspiração me impede de escrever um texto descente sobre esse sonho, pretendo escrever sobre isso posteriormente, quando minha mente estiver mais tranqüila.

Após ficar mais de 30min pra escrever esse pequeno fragmento, vou ficando por aqui.

AQUELE abraço.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Ele se Foi, mas ficou!


Um grande amigo se foi.
Doeu demais.
Parece que foi cedo demais.
Ele se foi.

Quem me chamará de novo para desabafar?
Quem me alertará dos meus excessos?
Quem me confortará dos meus medos?
Ele se foi.

Mas ficou!
Suas palavras não morrem jamais.
As lembranças de nossa caminhada permanece fresca,
viva, acesa!

Ficou a lembrança que a pessoalidade pode triunfar a superficialidade do nosso tempo
Ficou o desejo de usar meu conhecimento para transformar a realidade de onde me encontro
Ficou a motivação de Deus ser Senhor do meu tempo

Ficou a gratidão por este querido amigo ter sofrido tanto para me ensinar todas essas coisas.

Ele se foi, mas Ficou!
A esperança de nos encontrarmos de novo.
No Céu, com O Pai,
no lugar onde não haverá dor,
nem excessos, nem medos.

Essa é minha pequena homenagem ao meu grande amigo André Leandro (Lelê) que faleceu dia 07/11/06.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Ninguém me ama, ninguém me quer


Auto-estima baixa: um estado de espírito para uns, uma constante realidade para outros. O sentimento de inferioridade não é criterioso em sua vitmização, pois este se encontra em ricos, pobres, negros, altos, feios, inteligentes e assim vai. O que verdadeiramente incomoda são as marcas que esse sentimento pode deixar na vida das pessoas, que vai desde um simples distanciamento até uma profunda depressão.

O que temos que ter em mente é que, em grande parte, somos injustos com nós mesmos. A baixa-estima em geral, inicia-se a partir de critérios práticos, não de caráter. Ou seja, sentimos inferiores pelo que não temos, pelo que não fazemos, contudo, esquecemos que o ser é mais importante do que ter e, o existir mais importante do que fazer.

Isso geralmente ocorre quando colocamos o outro como referencial. Quando fazemos isso, somos novamente injustos, pois negamos a individualidade de cada um e colocamos todos num só patamar, porém, nos mantendo abaixo deste. Temos que lembrar que o outro é apenas diferente de nós, sendo que uma qualidade ou outra não é suficiente para definir a superioridade alguém sobre outro.

Amigos, não estou querendo dar uma de psicólogo aqui. Muito menos dar uma simples fórmula "auto-ajudística" que ensine os 10 passos para vencer a baixa-estima. Ter uma estima saudável requer esforço, amizade, tranqüilidade e também, oração. Isso não adquire de um dia para outro, mas sim, numa tentativa contínua de encontrar-se com o próprio eu, reconhecendo nossa individualidade e, acima de tudo, reconhecendo que somos importante, pois somos amados não pelo que fazemos, nem pelo que temos, mas pelo que somos.

Que Deus nos ajude buscar uma vida emocional mais saudável.

terça-feira, outubro 31, 2006

489 anos da Reforma Protestante: Um momento para refletir


No início do século XVI, um monge agostiniano indignado com a espiritualidade cristã do seu tempo, proclamou 95 teses em protesto, dentre várias coisas, questionando a combrança de indulgências, politicagem eclesiástica e, levantando também críticas em relação à infalibilidade papal e principalmente, mostrando um novo entendimento sobre a justificação pela fé.

Ao ler na Epístola aos Romanos "o justo viverá pela fé", Lutero sentiu-se incomodado o quanto ele e a igreja buscava trocar suas atividades pela Graça de Deus. Portanto, o monge vislumbrou a Graça de forma completa, demonstrando que as boas obras decorrem da justiça de Deus imputada em nós através de Cristo, não como outrora pensava, que a Graça provinha de obras.

Esse movimento com quase 500 de início é muito inspirativo para nós hoje. Atualmente temos vários motivos para protestar. Lutero questionou o catolicismo que ele fazia parte, hoje temos que reformar o protestantismo que vivemos. Temos que protestar contra a veneração dos resultados que, maliciosamente, desconsidera a qualidade em detrimento de uma igreja cheia que gera conforto aos líderes.

Protestamos também à falsa tentativa de compra da Graça de Deus por meio de jejuns, orações longas e outras formas desesperadas para obter uma "intimidade" com Deus. Sobretudo, lamentamos e indignamos com a constante busca dos cristãos por revelações extra-bíblicas, que tendo obsessão por respostas divinas e instantâneas desprezam a relação entre Escrituras e o Santo Espírito como a revelação de Deus para hoje e sempre.

É lamentável tudo isso. Muitas vezes me envergonhei de dizer que sou evangélico. Contudo, esse é o povo - os cristãos espalhados por essa Terra, não apenas os evangélicos - que Cristo se entregou na Cruz por eles. E essa deve ser nossa motivação. Apesar das mazelas da Igreja - não só a evangélica, mas a Católica Romana e a Ortodoxa -, Cristo permanece como Redentor e Senhor dela, tornando para nós baluarte perante qualquer situação.

Portanto, que caminhemos cientes dos nossos desafios. Que confiemos na Graça daquele que Vive e voltará para buscar sua Igreja.

segunda-feira, outubro 30, 2006

É Lula de novo, mas estamos de olho


Não vou comemorar a vitória do Lula. Vou comemorar sim, uma frase do ministro Tarso Genro que, apesar de não me iludir, me deixou esperançoso:

"Acabou a era [Antonio] Palocci no Brasil", afirmou hoje o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). Segundo o ministro, o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai representar o fim de uma política econômica "monetarista e conservadora" e o começo de um "governo desenvolvimentista"."Até posso dizer que, no primeiro ano do governo, ele prestou bons serviços. Mas taxas baixas de crescimento, preocupação neurótica com a inflação e sem pensar em distribuição de renda e desenvolvimento, isso terminou", afirmou Tarso em Porto Alegre, referindo-se ao ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal eleito Antonio Palocci Filho (PT-SP). [Fonte: FolhaOnline]

Estou de olho em vc Lula. Espero que a heterodoxia econômica erga-se em nosso país, contudo de forma racional e coerente. Que você cumpra com rigorosidade os planos propostos. Que você abandone as demagogias típicas de políticos profissionais e parta para o trabalho.

Quero desejar um otimo governo ao companheiro Lula.

terça-feira, outubro 24, 2006

Desafio da Esquerda no Brasil

Muitos dizem que a esquerda está passando por uma grande crise no mundo. É fato que após o fim da URSS e a queda do muro de Berlin, esses partidos já não eram mais os mesmos, mas no Brasil, essa crise só se torna visível atualmente. Temos como maior exemplo o atual partido que chegou ao poder (PT), que tendo uma história de militância de esquerda, hoje se alia a partidos com ideários opostos e com lutas historicamente diferentes, tudo isso para se manter no poder. Nem estou julgando se isso é certo ou errado, apenas afirmo que esta não é uma prática tão comum.

Contudo, até que ponto podemos considerar essa "crise" algo negativo? Os tempos mudaram. O contexto que vivem os atuais partidos de esquerda são diferentes dos problemas da década de 80 para traz. Querer que o PT ou o PCdoB seja o mesmo da década de 80 é o mesmo que pedir para voltar os antigos problemas, para que estes partidos reajam da mesma forma de outrora. Portanto, apartir do inicio da redemocratização e da abertura econômica do Brasil, após 1992, a militância desses partidos tiveram que acompanhar os novos rumos da política nacional.

Portanto, esses partidos alcançaram uma certa maturidade, sendo esta o reconhecimento que certos conceitos do liberalismo econômico não é de todo ruim. A ascensão desses partidos ao poder permitiram essa visão. Isso significa que conceitos da ortodoxia econômica, dependendo do momento, são bem-vindas, desde que o Estado não perca sua força e nem deixe de atuar articulador de programas sociais concretos.

O problema é quando o governo usa desse liberalismo de forma extrema, mantendo políticas sociais assistencialistas e divulgando uma falsa imagem de mantenedora do bem estar social. De fato, esse é o maior desafio da esquerda atual: usar parte da ortodoxia econômica sem perder sua capacidade de atuar coerentemente em programas eficazes na area de saúde, infra-estrutura, reforma agrária e serviço social.

terça-feira, outubro 17, 2006

Isso que você chama de sucesso?

Em nossa sociedade atual somos obrigados a conviver com o rítmo acelerado de nossas atividades. O barulho não nos incomoda mais. Alias, até faz bem! Buzinas, carros acelerados, correria por todos os lados. Assim, aos poucos vamos perdendo a sensibilidade de ouvir o canto dos pássaros; de sentir a brisa do vento e refletir sobre a vida, sobre nós, sobre Deus.

O ativismo nos atinge. Achamos que ao produzir mais no trabalho ou nos estudos estamos investindo em nós. Grande engano. Investir na carreira não é investir na vida. É, como dizia o Rei Salomão, correr atrás do vento. Aumentar nosso rendimento no trabalho muitas vezes significa sacrificar coisas preciosas, como família e amigos. Em nome do sucesso pessoal nos tornamos superficiais e amantes da vaidade. Nos tornamos vazios e incapazes de oferecer aos outro algo além de nossa experiência profissional.

Não estou querendo dizer que sou contra a busca por um aprimoramento profissional. Muito pelo contrário, sou bastante a favor, tanto que estudo pra isso. O que quero frisar é que esse desenvolvimento tem que ser feito de forma gradual e sem queimar etapas. Portanto, conversar com os amigos faz tão bem pra nossa carreira quanto ler um bom livro. Descansar ou dormir bem é tão necessário quanto manter os compromissos em dia. Sair com os amigos depois das aulas é tão significativo quanto ser elogiado por uma publicação.

Quando sacrificamos essas coisas em nome de atividades profissionais estamos caminhando para a desgraça das nossas emoções. Ser brilhante no trabalho, mas ser estúpido com os amigos não compensa. Ser eficiente na faculdade, mas incapaz de ser presente em casa é terrível. Ser aplaudido por uma grande palestra, mas ser incapaz de manter um diálogo prazeroso com alguém é lastimável.

Que saibamos aproveitar nosso tempo investindo em pessoas.

Que estejamos dispostos a ser mais profundos e amigáveis.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Por que sou Cristão

A resposta para essa sentença pode ser plural. Vai desde respostas simplistas até as mais teológicas e filosoficamente elaboradas. Gostaria de responder essa questão me mantendo entre o que a teologia e a filosofia, porém, me limitando a uma forma simples e fácil de explicar e entender.

Falando sobre respostas simplistas, uma delas pode ser: “sou cristão pois fui educado como cristão”. Ora, esta opinião é em parte verdadeira, mas em contrapartida pode ser incoerente, pois, é muito comum ver pessoas criadas num ambiente cristão que não se convenceram totalmente da essência do cristianismo.

Isso significa em suma, que ser cristão é muito mais que uma questão de conveniência, mas sim de um convencimento externo ao homem: ser cristão é ser capturado pela Graça de Deus, ou seja, é ser atraído por uma mensagem que é mais que boa, mas Verdadeira. Portanto, sou cristão primeiramente porque fui atraído pela mensagem da Cruz, que é loucura para o homem, mas sabedoria àquele que crê (1 Coríntios 2:18).

Dizer que fomos atraídos pela mensagem de Cristo é o mesmo que afirmar que somos cristãos porque o próprio Jesus nos chamou: "Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles a aceitaram. Eles reconheceram o fato de que vim de ti e creram que me enviaste" (João 17:8).

Sou cristão porque, além de eu ter crido na autoridade de Cristo, reconheci a fragilidade da natureza humana. Percebi que sou criação de Deus, mas também sou um pecador. Entendi que sou imagem e semelhança de Deus, entretanto entendi que essa imagem foi distorcida e afetada pelo pecado original. Nem precisa ser cristão para saber que o homem é depravado e mau. Filósofos como Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel já afirmavam isso há séculos. Contudo, reconhecer nossa natureza caída é afirmar a necessidade de Redenção, que está em Cristo.

Para finalizar, gostaria de citar um conhecido trecho de um livro de um grande pensador cristão ingles, C. S. Lewis:

"um homem que só fosse homem, e dissesse as coisas que Jesus disse, não seria um grande mestre da moral: seria ou um lunático, em pé de igualdade com que diz ser um ovo cozido, ou então seria o Demônio. Cada um de nós tem que optar por uma das alternativas possíveis. Ou este homem era, e é Filho de Deus, ou então foi um louco, ou algo pior" (LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples: ABU editora).

Portanto, sou cristão porque reconheci Jesus Cristo como o Filho de Deus, o único capaz de solucionar o dilema da nossa natureza pecaminosa. Percebi que sua Graça – favor que Ele nos dá sem nosso merecimento – é suficiente para minha vida, implicando numa mudança de direção, uma vez que agora Ele se torna o centro da minha vida, me redimindo de forma integral e completa.

Que sejamos motivados por Aquele que se entregou por nós!

[Recomendo a leitura do Livro: STOTT, John. Porque Sou Cristão: Ultimato, 2004]

Por que entrei nesse onda de Blog

Entrei por não ter nada o que fazer?
Balela! Tenho muita coisa pra fazer. Sou estudante de História. E quem estuda História sabe: leituras, resenhas, fichamentos, seminários e etc... Além disso sou membro da ABU. Isso significa reuniões, videodebates, preparação de estudos biblicos e etc...
Tenho também amigos que merecem minha atenção.

Resolvi criar esse espaço por vaidade?
Se tivesse usado isso como critério ficaria frustrado. Não me vejo apto a escrever textos polêmicos repletos de pessoas querendo opinar, acrescentar, concordar ou discordar. Não quero postar para esperar comentários.

Mas sim...

Estou bloggando para meus amigos!
É por vocês que abri esse espaço. Irei apenas digitar aquilo que penso, sinto e falo com vocês. Espero que nesse blog possamos juntos nos deliciar palavras agradáveis que possam servir seja para despertamento espiritual ou social, para rir ou refletir.

Sejam bem-vindos todos: Cristãos evangélicos ou católicos; não-religiosos ou curiosos; amigos ou indiferentes a mim.