quinta-feira, novembro 20, 2008

Suas palavras são densas. Desde as primeiras frases me perco. Tento voltar o raciocínio e me embaraço novamente. Na eminência de desistir, um enunciado chama minha atenção. Animado, avanço no entendimento. Sim, são palavras de vida! Trazem esperança, mas desnudam meu interior. Me animam sem me tirar aquele incômodo que me espreme na parede e diz: quem você realmente é?

Ao pensar na pergunta, me desiquilibro novamente. Perco o fio da meada. Volto a olhar a imensidão de suas palavras e só vejo um todo que é denso, imenso. Meu olhar limitado capta mais um fragmento do seu discurso. Aquilo que senti no momento anterior me ajudou a ver melhor. São palavras de morte! Evocam o luto esquecido e o choro escondido na multidão das minhas ocupações vãs.

Minha mente está ainda em ressonância. Os sons vibram em velocidade constante. O efeito traz múltiplas sensações: um pouco de alegria, vergonha, medo, decepção, coragem... tudo isso ao badalar de uma música que atrai essas notas ao lugar mais profundo de mim.

Até que você pára de falar. As luzes apagam mas ainda vejo o espectro do seu rosto. Que olhar sombrio! Não bastava falar? Tem que externalizar isso em expressões que refletem meu estado mórbido de ser? Sim, sua aparência era semelhante a um espelho sem cor. Diante do turbilhão de imagens, sons, sentimentos, senti-me diferente. Nem bom, nem ruim, apenas estranho. Senti falta de um abraço.

6 comentários:

Edmar Hell Kampke - Mazinho disse...

Cadê o título?

Bárbara Matias disse...

Nossa!

Forte que li mais de uma vez... lindo de tão profundo.

Vi-me ai dentro assistindo td o que aconteceu em vc. Qta riqueza de sentimentos...

A completude desse texto me impediu de selecionar uma parte que mais gostei.rs. Pode colocar td aqui de novo?rs

Acho que me despeço com um abraço, um forte. =D

lucas rolim disse...

posso não comentar?
talvez, também, desejar apenar um abraço, que espero não ser o último...

Abraço!

Ivny disse...

ainda que sem originalidade...
acho que também preciso do abraço
isso tudo tem trazido relexões tão profundas e intensas que chega a me faltar o ar...
não se esqueça que você faz parte disso tudo aqui... em mim... em nós...

Alberto Vieira disse...

Gustavo..

seu texto expressa perfeitamente como eu estava ontem!

"um pouco de alegria, vergonha, medo, decepção, coragem... tudo isso ao badalar de uma música que atrai essas notas ao lugar mais profundo de mim" ... e sentindo falta de um abraço...


gostei bastante...


abraço

Renato Luiz disse...

te amo cara!