segunda-feira, março 02, 2009

A surpresa


Tem situações que as palavras não conseguem interpretar nossas intenções. Eu até queria começar esse post dizendo "surpresa!". Se fosse possível iniciar o texto falando, eu aumentaria levemente meu tom de voz e diria "surpresa!". Aliás, eu daria mais ênfase na última sílaba. Ainda sim faltaria algum elemento que tornasse minha representação mais digna da minha expressão interior.

Para melhorar, eu teria que acrescentar outros recursos. Talvez, usaria minha expressão facial para finalizar a soma das palavras faladas com a exclamação do meu rosto. O "surpresaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!" sairia mais leve e mais dramatizante. Daria uma maior impressão de realidade.

Ah, eu queria mesmo era falar de realidade. Mais de realidade do que de surpresa. Na verdade, quem bancou de garoto surpresa comigo foi a realidade - é engraçado que a forma que cito a "realidade" parece até que ela é alguém. Pode ser. O ponto é que o estágio em que me encontro, de alguma forma me surpreendeu que ela, a realidade, pode ser melhor do que os meus sonhos. Foi uma surpresa engraçada! De fato, surpresas sempre nos tiram algum sorriso. São cômicas porque nos oferecem uma versão mais agradável do tempo presente.

A surpresa que a realidade me trouxe foi ambígua. Me surpreendi com isso também. De um lado, a realidade se mostrou mais forte que o sonho. Foi a sua auto-afirmação. De outro, ela demonstrou que sua delícia está em surpreender naquilo que o sonho não pode dar, que é o evento em si, o momento imaginado, o fato nascido, o objeto acalentado. Para isso, antes, é preciso sonhar. A realidade sem o sonho não tem sabor. É um presente cru, sem surpresas, sem esperanças. A vitória da realidade não é o triunfo sobre o sonho. É a alegoria da celebração do espírito que ganhou um corpo esperado.

Me surpreendi. O sonho elevado tinha espectro impossível. Era bom demais para ser verdade. Sua realização transformou-se igualmente em alegria e espanto. Alegria pelo motivo óbvio, e espanto, pelo excesso de alegria. Foi assim que a realidade apareceu e disse que o sonho se transformou. Foi-se o espanto. Ficou a alegria, a surpresa, o excelso excesso.

5 comentários:

Edmar Hell Kampke - Mazinho disse...

Fez-se Mar

Bárbara Matias disse...

"A vitória da realidade não é o triunfo sobre o sonho. É a alegoria da celebração do espírito que ganhou um corpo esperado."

Tem realidade q tem gosto de sonho, e tem sonho q prossegue na pretensão de se tornar realidade. E aí, msm q se torne realidade... ah... o gosto de sonho permanece!

Bjim!

lucas rolim disse...

muito bom suas surpresas, sonhos e realidades de delícias que superam os sonhos.
Desejo mais realidades surpreendentes pra vc!
abraços

Ivny disse...

e eu desejo mais sonhos a se realizar :D ainda que a realidade te surpreenda....isso é prova de uma soberania que é boa, perfeita e agradável.

bjo

Neiara Moura disse...

Olá!!!!tudo bem?????Amo o seu blogger....aproveito pra te dizer que eu peguei "Fez-se" e coloquei no meu um beijão!!!!!Ah e continue colocando essas lindas mensagem que tanto amo!!!!!!!Beijão!!!!!!E pesso logo desculpas por invadir seu blogger!!!!!!