sábado, outubro 18, 2008

Apenas


Tomou conta.
A areia invadiu a cidade.
Só vejo dunas.
Não há casas, praças, massas...
Apenas areia.

Vi então o mar de ressaca
As ondas tomaram a serenidade.
Trouxeram lixo, lixo e lixo.
Te procurei e não achei.
Apenas areia.

Olhei para o céu.
O cinza roubou o azul.
Tem raio, trovão, chuvão...
Não há no que se alegrar.

Apenas areia.
Vi então uma passarinha
Que banhava sua filhotinha.
E brindando com o vento,
Se jogava no horizonte nebuloso
Não mais areia,
Não mais cinza,
Apenas passarinha.

6 comentários:

Anônimo disse...

"Por muito tempo tem sido um dos meus axiomas que as pequenas coisas são infinitamente mais importantes." Sir Arthur Conan Doyle

Tenho certeza que aquela passarinha em seu ato materno, em uma "pequena coisa", passou a ser - mesmo que por alguns segundos - muito mais importante do que a imensidão daquele sórdido mar...

Só tenho uma certeza... Não era um pardal. Os pardais são maus...

Abração!

Danilo (Lúcio Vieira) Machado disse...

Show de bola essa poesia!

Já gostei do seu blog! huahauhua...

Abração, cara!

lucas rolim disse...

Talvez a miragem que vemos no longínquo horizonte do mar de aréia não seja a projeção apenas de um desejo... pode ser que o que vemos seja definitivamente real... e a esperança nasce novamente. o mar de areia é coberto por uma fonte de divinas águas, refrescante. e as passarinhas, que não devem ser mesmo os pardais, abrigam seus filhotinhos e nos momentos livres dançam ao som do vento... bonita essa miragem real... bonita essa esperança.

(viajei de novo, mas é pra dizer que gostei :)
Abração irmão

Renato Luiz disse...

saudade é um sentimento bom?

Edmar Hell Kampke - Mazinho disse...

Prefiro não comentar!

Bárbara Matias disse...

Mto bonito!
Gosto muito de poesia.. e gosto de ver seu lado poético.


De repente ta ai vc falando de areia, vento, mar, céu, esperança, tristeza.... mto bom!

bjim