terça-feira, outubro 31, 2006
489 anos da Reforma Protestante: Um momento para refletir
No início do século XVI, um monge agostiniano indignado com a espiritualidade cristã do seu tempo, proclamou 95 teses em protesto, dentre várias coisas, questionando a combrança de indulgências, politicagem eclesiástica e, levantando também críticas em relação à infalibilidade papal e principalmente, mostrando um novo entendimento sobre a justificação pela fé.
Ao ler na Epístola aos Romanos "o justo viverá pela fé", Lutero sentiu-se incomodado o quanto ele e a igreja buscava trocar suas atividades pela Graça de Deus. Portanto, o monge vislumbrou a Graça de forma completa, demonstrando que as boas obras decorrem da justiça de Deus imputada em nós através de Cristo, não como outrora pensava, que a Graça provinha de obras.
Esse movimento com quase 500 de início é muito inspirativo para nós hoje. Atualmente temos vários motivos para protestar. Lutero questionou o catolicismo que ele fazia parte, hoje temos que reformar o protestantismo que vivemos. Temos que protestar contra a veneração dos resultados que, maliciosamente, desconsidera a qualidade em detrimento de uma igreja cheia que gera conforto aos líderes.
Protestamos também à falsa tentativa de compra da Graça de Deus por meio de jejuns, orações longas e outras formas desesperadas para obter uma "intimidade" com Deus. Sobretudo, lamentamos e indignamos com a constante busca dos cristãos por revelações extra-bíblicas, que tendo obsessão por respostas divinas e instantâneas desprezam a relação entre Escrituras e o Santo Espírito como a revelação de Deus para hoje e sempre.
É lamentável tudo isso. Muitas vezes me envergonhei de dizer que sou evangélico. Contudo, esse é o povo - os cristãos espalhados por essa Terra, não apenas os evangélicos - que Cristo se entregou na Cruz por eles. E essa deve ser nossa motivação. Apesar das mazelas da Igreja - não só a evangélica, mas a Católica Romana e a Ortodoxa -, Cristo permanece como Redentor e Senhor dela, tornando para nós baluarte perante qualquer situação.
Portanto, que caminhemos cientes dos nossos desafios. Que confiemos na Graça daquele que Vive e voltará para buscar sua Igreja.
segunda-feira, outubro 30, 2006
É Lula de novo, mas estamos de olho
Não vou comemorar a vitória do Lula. Vou comemorar sim, uma frase do ministro Tarso Genro que, apesar de não me iludir, me deixou esperançoso:
"Acabou a era [Antonio] Palocci no Brasil", afirmou hoje o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). Segundo o ministro, o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai representar o fim de uma política econômica "monetarista e conservadora" e o começo de um "governo desenvolvimentista"."Até posso dizer que, no primeiro ano do governo, ele prestou bons serviços. Mas taxas baixas de crescimento, preocupação neurótica com a inflação e sem pensar em distribuição de renda e desenvolvimento, isso terminou", afirmou Tarso em Porto Alegre, referindo-se ao ex-ministro da Fazenda e atual deputado federal eleito Antonio Palocci Filho (PT-SP). [Fonte: FolhaOnline]
Estou de olho em vc Lula. Espero que a heterodoxia econômica erga-se em nosso país, contudo de forma racional e coerente. Que você cumpra com rigorosidade os planos propostos. Que você abandone as demagogias típicas de políticos profissionais e parta para o trabalho.
Quero desejar um otimo governo ao companheiro Lula.
terça-feira, outubro 24, 2006
Desafio da Esquerda no Brasil
Contudo, até que ponto podemos considerar essa "crise" algo negativo? Os tempos mudaram. O contexto que vivem os atuais partidos de esquerda são diferentes dos problemas da década de 80 para traz. Querer que o PT ou o PCdoB seja o mesmo da década de 80 é o mesmo que pedir para voltar os antigos problemas, para que estes partidos reajam da mesma forma de outrora. Portanto, apartir do inicio da redemocratização e da abertura econômica do Brasil, após 1992, a militância desses partidos tiveram que acompanhar os novos rumos da política nacional.
Portanto, esses partidos alcançaram uma certa maturidade, sendo esta o reconhecimento que certos conceitos do liberalismo econômico não é de todo ruim. A ascensão desses partidos ao poder permitiram essa visão. Isso significa que conceitos da ortodoxia econômica, dependendo do momento, são bem-vindas, desde que o Estado não perca sua força e nem deixe de atuar articulador de programas sociais concretos.
O problema é quando o governo usa desse liberalismo de forma extrema, mantendo políticas sociais assistencialistas e divulgando uma falsa imagem de mantenedora do bem estar social. De fato, esse é o maior desafio da esquerda atual: usar parte da ortodoxia econômica sem perder sua capacidade de atuar coerentemente em programas eficazes na area de saúde, infra-estrutura, reforma agrária e serviço social.
terça-feira, outubro 17, 2006
Isso que você chama de sucesso?
O ativismo nos atinge. Achamos que ao produzir mais no trabalho ou nos estudos estamos investindo em nós. Grande engano. Investir na carreira não é investir na vida. É, como dizia o Rei Salomão, correr atrás do vento. Aumentar nosso rendimento no trabalho muitas vezes significa sacrificar coisas preciosas, como família e amigos. Em nome do sucesso pessoal nos tornamos superficiais e amantes da vaidade. Nos tornamos vazios e incapazes de oferecer aos outro algo além de nossa experiência profissional.
Não estou querendo dizer que sou contra a busca por um aprimoramento profissional. Muito pelo contrário, sou bastante a favor, tanto que estudo pra isso. O que quero frisar é que esse desenvolvimento tem que ser feito de forma gradual e sem queimar etapas. Portanto, conversar com os amigos faz tão bem pra nossa carreira quanto ler um bom livro. Descansar ou dormir bem é tão necessário quanto manter os compromissos em dia. Sair com os amigos depois das aulas é tão significativo quanto ser elogiado por uma publicação.
Quando sacrificamos essas coisas em nome de atividades profissionais estamos caminhando para a desgraça das nossas emoções. Ser brilhante no trabalho, mas ser estúpido com os amigos não compensa. Ser eficiente na faculdade, mas incapaz de ser presente em casa é terrível. Ser aplaudido por uma grande palestra, mas ser incapaz de manter um diálogo prazeroso com alguém é lastimável.
Que saibamos aproveitar nosso tempo investindo em pessoas.
Que estejamos dispostos a ser mais profundos e amigáveis.
segunda-feira, outubro 16, 2006
Por que sou Cristão
A resposta para essa sentença pode ser plural. Vai desde respostas simplistas até as mais teológicas e filosoficamente elaboradas. Gostaria de responder essa questão me mantendo entre o que a teologia e a filosofia, porém, me limitando a uma forma simples e fácil de explicar e entender.
Falando sobre respostas simplistas, uma delas pode ser: “sou cristão pois fui educado como cristão”. Ora, esta opinião é em parte verdadeira, mas em contrapartida pode ser incoerente, pois, é muito comum ver pessoas criadas num ambiente cristão que não se convenceram totalmente da essência do cristianismo.
Isso significa em suma, que ser cristão é muito mais que uma questão de conveniência, mas sim de um convencimento externo ao homem: ser cristão é ser capturado pela Graça de Deus, ou seja, é ser atraído por uma mensagem que é mais que boa, mas Verdadeira. Portanto, sou cristão primeiramente porque fui atraído pela mensagem da Cruz, que é loucura para o homem, mas sabedoria àquele que crê (1 Coríntios 2:18).
Dizer que fomos atraídos pela mensagem de Cristo é o mesmo que afirmar que somos cristãos porque o próprio Jesus nos chamou: "Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles a aceitaram. Eles reconheceram o fato de que vim de ti e creram que me enviaste" (João 17:8).
Sou cristão porque, além de eu ter crido na autoridade de Cristo, reconheci a fragilidade da natureza humana. Percebi que sou criação de Deus, mas também sou um pecador. Entendi que sou imagem e semelhança de Deus, entretanto entendi que essa imagem foi distorcida e afetada pelo pecado original. Nem precisa ser cristão para saber que o homem é depravado e mau. Filósofos como Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel já afirmavam isso há séculos. Contudo, reconhecer nossa natureza caída é afirmar a necessidade de Redenção, que está em Cristo.
Para finalizar, gostaria de citar um conhecido trecho de um livro de um grande pensador cristão ingles, C. S. Lewis:
"um homem que só fosse homem, e dissesse as coisas que Jesus disse, não seria um grande mestre da moral: seria ou um lunático, em pé de igualdade com que diz ser um ovo cozido, ou então seria o Demônio. Cada um de nós tem que optar por uma das alternativas possíveis. Ou este homem era, e é Filho de Deus, ou então foi um louco, ou algo pior" (LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples: ABU editora).
Portanto, sou cristão porque reconheci Jesus Cristo como o Filho de Deus, o único capaz de solucionar o dilema da nossa natureza pecaminosa. Percebi que sua Graça – favor que Ele nos dá sem nosso merecimento – é suficiente para minha vida, implicando numa mudança de direção, uma vez que agora Ele se torna o centro da minha vida, me redimindo de forma integral e completa.
Que sejamos motivados por Aquele que se entregou por nós!
[Recomendo a leitura do Livro: STOTT, John. Porque Sou Cristão: Ultimato, 2004]
Por que entrei nesse onda de Blog
Balela! Tenho muita coisa pra fazer. Sou estudante de História. E quem estuda História sabe: leituras, resenhas, fichamentos, seminários e etc... Além disso sou membro da ABU. Isso significa reuniões, videodebates, preparação de estudos biblicos e etc...
Tenho também amigos que merecem minha atenção.
Resolvi criar esse espaço por vaidade?
Se tivesse usado isso como critério ficaria frustrado. Não me vejo apto a escrever textos polêmicos repletos de pessoas querendo opinar, acrescentar, concordar ou discordar. Não quero postar para esperar comentários.
Mas sim...
Estou bloggando para meus amigos!
É por vocês que abri esse espaço. Irei apenas digitar aquilo que penso, sinto e falo com vocês. Espero que nesse blog possamos juntos nos deliciar palavras agradáveis que possam servir seja para despertamento espiritual ou social, para rir ou refletir.
Sejam bem-vindos todos: Cristãos evangélicos ou católicos; não-religiosos ou curiosos; amigos ou indiferentes a mim.